Para Stallman “Apple é o verdadeiro inimigo público nº 1″

Outro dia li uma reportagem da IDGNow! a respeito de uma declaração dada pelo o fundador do movimento de software livre, Richard Stallman, sobre ele considerar a Apple ainda pior que a Microsoft na tentativa de retirar as liberdades de seus usuários e ele a considera “o verdadeiro inimigo público nº 1″. Por mais que eu seja contra este tipo de declaração “anti-quaquer um” (ainda mais utilizando a expressão “inimigo nº 1″), minha opinião é que o Stallman não deixa de ter certa razão.

Richard Stallman

Algo que sempre digo com as pessoas próximas a mim é que a principal diferença entre a Microsoft e a Apple é que a última faz produtos de qualidade.  Mas eu realmente acho que a empresa do Steve Jobs se preocupa mais em tirar a liberdade dos seus usuários do que a do Bill Gates. Veja alguns exemplos:

  1. o iPod salva suas músicas numa estrutura de pastas e arquivos ininteligível, só para o usuário ter que utilizar um software proprietário deles (iTunes);
  2. o programa de fotos do MacOS, segundo um amigo meu,  importa suas fotos para um formato proprietário que somente ele mesmo consegue ler depois;
  3. o iPhone, segundo outro amigo meu, não é possível exportar sua lista de contatos do telefone (agora ele não consegue trocar de aparelho)

Contei estas histórias não para “queimar o filme” da Apple, mas para ilustrar o que eu quero dizer sobre “tirar a liberdade do usuário”.

Outra coisa interessante do artigo foi a respeito da qualidade do marketing da Apple, que realmente é muito bom. Ele é tão bom que até pessoas com conhecimento técnico às vezes acham que tem coisas que só eles conseguem fazer! Mais uma vez, vou ilustrar com alguns exemplos.

  1. As pessoas costuma fazer é em relação a qualidade das peças, como a tela de um Macbook (o notebook da Apple). Mas, se você comprar um notebook que qualquer marca que tenha uma tela LED, você terá exatamente a mesma qualidade!
  2. O iPhone tem uma tela sensível ao toque muito boa e as pessoas costumam achar que só ele tem. Comprei há pouco tempo um smartphone (com Android – artigos estão por vir :P ) com uma tela com touchscreen capacitivo (como do aparelho da Apple) e várias pessoas ficaram espantadas pela sensibilidade da tela.

Algo que tem que ficar claro é que a Apple não fabrica hardware! Eles são apenas bastante seletivos na escolha das peças que formarão seus produtos, selecionando sempre componentes de alta qualidade (e, consequentemente, alto preço), mas eles são os mesmos de qualquer outro aparelho topo de linha do mercado. Esta seletividade faz parte do seu marketing, pois um produto de sua grife sempre estará estampado que tem alta qualidade (ou nem tanto) e é caro – normalmente até muito mais caro que outras marcas, mas com a mesma qualidade.

Então podemos dizer que a única diferença é o software e neste quesito, sejamos justos, eles são realmente bons, principalmente quando se fala de interface gráfica. Tanto o iPod revolucionou o mercado de tocadores de música portáteis quanto o o iPhone revolucionou o mercado de smartphones. Este último, então, criou uma nova tendência em todo o mercado de como se criar interfaces para dispositivos móveis – algo como o conceito de janelas no desktop criado pela Xerox, roubado pela Apple e popularizado pela Microsoft.

Concluindo, o objetivo deste artigo foi abrir um pouco os olhos das pessoas e ajudar a detonar estes mitos que rodeam os produtos da empresa da maçã mordida de forma que não corram o risco de se verem no futuro numa prisão tecnológica sem terem sido avisadas antes. Quero deixar claro que não estou condenando ninguém por comprar produtos da Apple, pois cada um deve fazer suas escolhas baseado nos aspectos que considera importante e colocá-los numa balança. Eu, por exemplo, prezo muito pela minha liberdade de escolha e é provável que eu nunca vá comprar nada deles, pois isto vai pesar mais. A interoperabilidade com Linux para mim também é um fator crucial em todas as minhas escolhas.

E sobre o Stallman, acho que ele está apenas cumprindo o papel dele de fundador do movimento de software livre (um pouco radical demais, mas cada um tem seus métodos). Temos que ver que ele carrega um fardo bem grande e que, por mais que ele possa gostar, ele nunca poderia comprar um iPhone, por exemplo, sob o risco de desmoralizar tudo pelo que sempre lutou.

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