Ontem aconteceu no Rio de Janeiro o primeiro evento sobre cloud computing do Brasil (possivelmente até da América Latina): o Cloud Computing Brazil 2010. O evento contou com grandes nomes de empresas e universidades que vêm trabalhando e pesquisando sobre este novo hype. Além disso, durante o evento também ocorreu o primeiro Cloud Camp da América Latina.
Após as apresentações iniciais, tivemos a palestra de Luis Cláudio Tujal, gerente de tecnologia do SERPRO. Ele está comandando um grande projeto de criação de uma “nuvem computacional” no governo. Sua palestra foi uma ótima explicação do que é a tecnologia, apresentando os conceitos e diferentes tipos cloud computing. Acredito que tenha deixadotodos os presentes satisfeitos! Para mim ficou aquele gostinho de quero mais sobre os detalhes técnicos do projeto da “nuvem governamental”, mas ele tinha que dar espaço para os outros palestrantes :)
Em seguida, tivemos duas palestras de fornecedores de soluções para cloud computing: primeiro dos brasileiros da Tecla Informática e depois dos canadenses da Enomaly. Apesar da certeza no alto conhecimento técnico dos palestrantes, principalmente do Reuven Cohen da Enomaly, suas palestras focaram apenas no básico, que já havia sido explicado anteriormente, e acabaram não falando nada sobre suas experiências práticas com a tecnologia.
À tarde, participei do Cloud Camp e não assisti nenhuma das palestras. O Cloud Camp é uma “desconferência” (unconference) – um evento sem um conteúdo programático pré-definido onde quem o define são os próprios participantes. O objetivo deste tipo de espaço é promover a troca de conhecimentos em assuntos de interesse dos presentes e não dos organizadores.
O motivo da minha preferência pelo Cloud Camp ao invés das palestras do evento principal foi unicamente profissional para conhecer melhor os novos bancos de dados (categorizados popularmente como NoSQL), pois acho que eles têm bastante futuro no meu trabalho. No entanto, um evento com foco em troca de experiências deve contar com pessoas experientes, e poucos dos presentes realmente tinham vivência neste campo. Mesmo assim, valeu para pegar a experiência de desenvolvimento do organizador, Dave Nielsen, e de um participante que trabalha com pesquisa de genoma que contou um pouco de sua experiência (parcialmente bem sucedida) com o Hadoop.
Num balanço final, acho que o evento foi bastante positivo! Ele foi um marco tanto para a disseminação de cloud computing quanto na realização de eventos no estilo “desconferência” no Brasil (até onde sei o Cloud Camp foi o primeiro). Nele vi que o Brasil ainda tem muito pouca experiência no assunto e ele, certamente, ajudará na difusão da tecnologia. Apesar da falta de conteúdo mais prático, foi muito bom conhecer melhor o que está acontecendo no Brasil, principalmente as intenções do governo em utilizar a computação em nuvem para economia de recursos públicos e prestar melhores serviços à população. O Cloud Camp foi uma ótima experiência e acho que num futuro próximo, quando as pessoas começarão a ter mais vivência com as “nuvens”, terão um ótimo momento para trocar cada vez mais experiências!
PS: O artigo foi atualizado, pois anteriormente falava apenas que o Cloud Camp foi o primeiro do Brasil.
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