No último dia 09 de dezembro, a HP anunciou que abrirá o código do seu sistema operacional, o webOS, numa tentativa de se manter relevante no mercado de dispositivos móveis. Apesar dos seus conceitos de interface de usuário inovadores e ter cativado todos os seus poucos usuário, ele foi a grande promessa de volta por cima da Palm que nunca se concretizou.
web + OS
Apesar de não conhecer o sistema, o que mais me chama atenção para o webOS é o desenvolvimento de aplicativos feito utilizando padrões web (HTML5/CSS/JS). Tenho visto os vídeos da W3Conf e tenho me tornado um entusiasta cada vez maior do HTML5, a ponto de achar que a tecnologia é o futuro do desenvolvimento móvel. Sendo assim, acredito que os sistemas móveis baseados em padrões web são os mais preparados para o futuro e que os dias dos SDKs nativos estão contados.
Mas o webOS não é o único a apostar nesta ideia. Existem outros dois sistemas, atualmente em fase de desenvolvimento, com princípios similares: o Boot2Gecko (ou B2G), bancado pela Mozilla, e o Tizen, bancado pela Intel e Samsung com a benção da Linux Foundation. Além de apostarem na plataforma web, os três são sistemas que rodam sobre o kernel Linux e serão livres.
Mas ainda existe espaço?
A pergunta que realmente fica é: “será que não é tarde demais?” Num mercado dividido ente iOS e Android, com o Windows Phone querendo entrar na briga, será que o webOS tem futuro ou será que acabará como o Symbian?
Assim como tem acontecido no mundo desktop, acredito que o no mundo móvel o sistema operacional perderá cada vez mais a importância como plataforma de execução de aplicativos, deixando esta tarefa para o navegador e a “nuvem“. Sendo assim, acho que um sistema que aposta nisso tem grandes chances de ser relevante.
No entanto, o webOS livre lutando sozinho provavelmente será tão “bem” sucedido quanto o webOS fechado. Mas se a HP juntar seus esforços junto com o B2G e o Tizen, o futuro poderia ser realmente promissor.
webOS + B2G + Tizen
Dos três sistemas, o webOS é o único que está pronto hoje. Ele só precisa substituir as partes que não poderão ser abertas, um esforço que os outros dois projetos poderiam ajudar. Com todos os esforços direcionados para a mesma base de código, poderíamos ter algo espetacular!
Do ponto de vista comercial, existirão outras grandes empresas apoiando a HP, dentre elas uma das maiores fabricantes de celulares do mundo: a Samsung. Sem contar que a presença da Mozilla e da Linux Foundation poderá trazer um ar de projeto verdadeiramente open source, o que pode trazer confiança e investimentos de outras empresas que não se sintam bem atendidas pela Android ou pelo Windows Phone.
Na torcida por um futuro mais aberto
Tudo o que escrevi são apenas devaneios, mas realmente torço muito para que isto aconteça. Teríamos um sistema com código e governança livres e baseado em padrões abertos e interoperáveis. Isto seria bom tanto para os usuários, que terão mais liberdade de escolha, quanto para os desenvolvedores de software, que não precisarão portar seus aplicativos para diversas plataformas.
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